ECLÉTICOS: JAZZ
Em 1917 o primeiro disco de jazz foi gravado pela Original Dixieland Jazz Band (gravadora Victor). Na época o mundo moderno estava se adaptando às novas mudanças: aviões, raio-x, Freud e a psicanálise, Picasso e a pintura cubista e as teorias de Albert Einstein. A trilha sonora era o Jazz, com seu Ragtime, subgênero onde não havia solistas.
Com o fim da Primeira Guerra Mundial, o jazz iria mudar. A Lei Seca (1920) fez o jazz ganhar força, pois a demanda por bares clandestinos fez com que o jazz fosse utilizado para atrair clientes e centros como Chicago e Nova York foram os principais centros de convergência da nova música e seus principais representantes. Esta época ficou conhecida como a Era do Jazz.
Os principais expoentes da Era do Jazz foram Louis Armstrong e Duke Ellington.
Armstrong era filho de uma prostituta e foi abandonado pelo pai, mas foi acolhido para trabalhar e ser educado por uma família de Judeus russos em New Orleans, sua cidade natal.
Louis Armstrong foi para Chicago fugindo do preconceito e passou a colocar o solista como foco no jazz, estabelece o tempo de swing (swing feel), além de dar liberdade de interpretação ao jazz. Foi nesse período que começou a serem possíveis registros de improvisos na música. Antes, na época de Bach e Beethoven, embora existam registros dizendo que eles eram grandes improvisadores, não era possível registrar as suas improvisações.
Duke era negro, mas o pai trabalhava na casa branca em Washington e sua mãe era muito dedicada a ele. Era muito elegante por isso era conhecido por Duque. Ele mudou-se para Nova York, no Harlem, bairro negro e transforma o Rag Time, o Stride e o Blues numa nova música, mais suave.
Depois Armstrong também foi para New York, e em uma gravação onde a partitura cai, começa a fazer o scat single. Além disso, Louis cria o estilo Americano de cantar, cantando melodias e fazendo as próprias contra melodias.
Os Brancos começam a consumir o Jazz, e Bix Beiderbecke, por exemplo, que era pianista branco prodígio e virou trompetista por causa de Louis Armstrong. Sua família nunca aceitou e nunca ouviu os seus discos e ele tenta o reconhecimento da família enviando cartas contando de seu sucesso. Ele morre aos 29 anos de depressão.
Em 1929 a bolsa de Nova York quebra, o país entra em depressão econômica e chega o fim da era do jazz. O mercado da música despenca e produtores de disco os usam para fazer fogueiras e se aquecer do frio. O que parecia destruir o jazz fez ele se popularizar ainda mais. O consumo de discos despenca e o rádio passa a ser o veículo da música e do jazz. Ainda em 29 a CBS coloca um microfone no Cotton Club, onde Duke Ellington tocava e o popularizou por todos EUA.
John Hammond patrocina pesquisas sobre o jazz, contrata e lança vários artistas. A grande arma para a depressão das pessoas foi o Jazz com sua liberdade e suavidade e é nesse contexto que surgem as Big Bands.
As Big Bands são como uma orquestra para tocar jazz e tem uma formação instrumental com três seções:
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Base (bateria, baixo, piano, banjo e guitarra)
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Palhetas (saxes e clarinetas)
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Bocais (trompetes e trombones).
Em 1932 Roosevelt assume a presidência, revoga a Lei Seca no ano seguinte e dá esperanças ao povo americano para uma prosperidade econômica.
Com o fim da lei seca, americanos passaram a beber em casa para economizar, assim os bares tiveram que oferecer algo mais para atrair os clientes. A Rua 57 floresce com clubes de Jazz que ajuda a diminuir a segregação racial, brancos começam a frequentar salões de dança.
Benny Goodman, um clarinetista e bandleader, surge como sucesso do swing e as orquestras passam a fazer turnês pela Europa. Duke viaja em vagões exclusivos por causa da segregação, mas seu vagão é comparado ao do Presidente. Billie Holiday, prostituta desde os 12 anos, vai para NY com 13 anos e canta em esquinas por gorjetas, mas acaba ingressando na orquestra de Duke Ellington e vira sucesso e ícone contra o racismo. O swing começa a cair em desuso porque é tratado como comercial e pouco criativo e dará lugar a um novo estilo de jazz.
Referências:
JAZZ. Direção: Ken Burns. Produção: Florentine Films. Estados Unidos. Distribuição: PBS. 2001. DVD
ESTADOS UNIDOS VS BILLIE HOLIDAY. Direção: Lee Daniels. Produção: Lee Daniels Entertainment. Estados Unidos. Distribuição: Paramount Pictures. 2021. Disponível na Amazon Video.
Nicolas Mendonça
Integrante da AH!BANDA - Núcleo 2