ECLÉTICOS: BLUES
“O Blues foi criado no final do século XIX nos Estados Unidos, onde os escravos, que trabalhavam nas plantações de algodão, entoavam cantos e lamentos que deram origem ao estilo. Era uma música gospel cantada, até porque as precárias condições não permitiam o “luxo” de se utilizar instrumentos. Depois, esse estilo entrou na igreja, onde “embalava” os cultos ali praticados.” (Descomplicando a Música, 2014)
A fama que esse gênero tomou só começou a aparecer, aproximadamente, em 1920 e só cresceu, se popularizando mais ainda na década de 1930.
O Blues foi responsável por revolucionar a música e iniciar diversos movimentos vertentes ao estilo ‘clássico’, como o Rockabilly, o R&B, etc. Além de ter sido o popularizador do uso da guitarra elétrica na música mundial, mais ou menos ao mesmo tempo em que a famosa guitarra baiana era criada no Brasil, pela dupla Dodô e Osmar, mas isso é papo para outro assunto.
Não apenas um estilo muito famoso e conhecido, o blues também é uma grande escola de música para guitarristas, cantores, baixistas, saxofonistas, entre vários outros musicistas que foram praticamente formados pelo Blues. Entre esses músicos famosos estão: Bo Diddley, B.B. King, Chuck Berry, Elmore James, Howlin' Wolf, John Lee Hooker, Muddy Waters, Robert Johnson, Nina Simone e Janis Joplin.
Também existem artistas extremamente famosos que não necessariamente eram músicos de blues, mas foram muito influenciados pelo gênero, como: David Gilmour, Eric Clapton, Jimi Hendrix, Amy Winehouse, etc.
O Blues é caracterizado harmonicamente pela seguinte sequência:
Primeiro grau, Quarto grau, Primeiro grau, Quinto Grau, Quarto grau, Primeiro grau.
Resumidamente, essa é a sequência mais simples e fácil que caracteriza um Blues. Vamos agora enxergar isso direito com os compassos, definindo quando tempo se repousa em cada grau:
| Primeiro grau | Primeiro grau | Primeiro grau | Primeiro grau |
| Quarto grau | Quarto grau |
| Primeiro grau | Primeiro grau |
| Quinto grau | Quarto grau | Primeiro grau | Primeiro e Quinto graus |
Muito bem, repare que começamos com 4 compassos no primeiro grau. Depois, temos dois compassos no quarto grau e então retornamos para o primeiro grau, fazendo mais dois compassos nele. Aí vem o momento “clímax”, onde a cada compasso, tocamos um grau diferente: quinto grau, quarto grau e primeiro grau. Para finalizar, dividimos o último compasso em duas partes, tocando o primeiro grau e o quinto grau dentro dele, para então começarmos tudo de novo.
Resumindo, podemos definir o Blues como sendo uma estrutura de 12 compassos onde brincamos com 3 acordes (primeiro, quarto e quinto graus), todos com sétima.
Essa forma é ótima para compor músicas e principalmente improvisar sobre elas, onde na maioria das vezes só se usa para o improviso a escala pentatônica, ou a famosa ‘pentablues’ onde a única diferença para a pentatônica normal é a presença da formada “blue note”, e é a quinta bemol no caso da pentatônica menor, ou a terça bemol no caso da pentatônica maior.
Podemos dizer que o Blues é um dos maiores, mais importantes e famosos gêneros musicais da história, e todo musicista deve passar por esse estilo para aprender e evoluir como artista.
Referências:
O que é Blues?. Descomplicando a música, 2014. Disponível em <https://www.descomplicandoamusica.com/blues/> Acesso em: 23/03/2021
OLIVEIRA, Claudinei José de.Blues: 10 músicos mais influentes segundo o Southern Rock Brasil. Whiplash, 2016. Disponível em: <https://whiplash.net/materias/melhores/241009.html> Acesso em: 23/03/2021
Wikipédia, Blues. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Blues> Acesso em: 23/03/2021
Miguel Werneck
Integrante da AH!BANDA - Núcleo 2